Desnecessário agora fazermos um diagnóstico. O fato está ai às claras. Viramos uma cidade insegura. O índice de roubos e assassinatos cresce assustadoramente. É preciso coragem para encarar a situação e mais do que isto, agir.
Primeiramente definir as atribuições. Segurança da nação, ai incluído fronteiras é dever da União, do Governo Federal. Segurança do cidadão, da família é dever do Estado, do Governo Estadual. O Município não tem os recursos suficientes para cuidar bem de suas obrigações primárias: Saúde, Educação, Transporte, Lazer, Conservação dos logradouros públicos, Habitação e diversos outros. Não é, portanto, segurança, dever ou obrigação do município. Não se pode gastar o insuficiente naquilo que não é sua obrigação. Significa ser certo então fechar os olhos para o problema? Não! Claro que não.
Não cabe ao município armar e equipar polícia, construir quartéis e presídios. Isto é dever do estado. Mas Educação é segurança. Transito é segurança. Recuperar o drogado é segurança. Inclusão social é segurança! Iluminação Pública é segurança. Utilizar bem força e prestígio político traz segurança. E tudo isto é dever e obrigação do município e de todos nós.
Vamos ao prático. Manter as escolas públicas abertas nos fins de semana, dá ocupação aos nossos jovens e sabemos, a ociosidade leva ao mau caminho, as drogas e ao crime. Mais do mantê-las abertas, transformá-las em verdadeiros centros de convívio social e formações alternativas e profissionais. Que tal fomentarmos a criação de trupes teatrais que após criar peças que tenham a haver com a própria vida de suas comunidades, vão, encena-las em seu bairro e depois as melhores de cada bairro ou região participam de um grande festival de toda a cidade. Que tal oficinas de arte e artesanato nos fins de semana utilizando materiais recicláveis. Segurança e ecologia. E se envolvermos as famílias? Cozinhas experimentais com receitas que vão proporcionar melhor aproveitamento dos alimentos, inclusive das sobras. Eventos esportivos entre pais e alunos. Mais do que Educação, é também Inclusão Social. São tantas as possibilidades e o melhor: o resultado é rápido e fantástico. O custo mínimo, o que, aliás, nem é custo, é investimento. Implantar Centros de Inclusão Digital nos bairros mais carentes. Não simples lans houses, mas centros de ensino e formação em informática.
Podemos e devemos também alocar recursos em investimentos diretos em segurança. O Projeto Olho Vivo com instalação de câmeras na cidade é exemplo testado e comprovado em outras cidades. E o melhor, aqui, como na Educação e Inclusão Social e Digital, podemos e devemos incluir as empresas privadas e a sociedade organizada. O custo será sempre menor e o resultado inversamente proporcional.
Dotar a cidade de um órgão ou empresa pública de transito como a BHTrans de Belo Horizonte ou a TransCon de Contagem é imperativo. As ultimas e significativas mudanças no transito de Sete Lagoas foram feitas por nós na Secretaria de Planejamento no longínquo ano de 1991. Nossos cidadãos estão se ferindo e morrendo em números tristemente assustadores em nosso caótico e perigoso transito. Organiza-lo com os enfoques agilidade, conforto e segurança. É preciso grandes estudos e intervenções, mas medidas simples e rápidas como a construção de defesas de concreto na “curva da morte” da Av. Norte Sul já deveriam ter sido feitas a muito tempo.
Iluminar melhor onde é inseguro. Não somente onde tem mais visibilidade para promoção turística ou política. Os recursos nós pagamos todos os meses em nossas contas de luz. Isto é dar segurança.
Exigir maiores recursos e efetivos dos órgãos estaduais de segurança é utilizar de maneira correta o prestígio político que a cidade tem. Fizemos isto quando trouxemos o Corpo de Bombeiros, a Delegacia Regional de Polícia (era em Curvelo), a Polícia Feminina e a Polícia Rodoviária Estadual.
São idéias. São mais do que isto. São um apelo ao estudo das questões e ao debate. Entender as demandas de nosso povo para atender as demandas do nosso povo. Segurança, juntamente com Saúde são as maiores delas. E o mais triste: as mais urgentes. As seqüelas e a morte não esperam nem dão uma segunda chance.
Emílio de Vasconcelos Costa
falecom@emiliovasconcelos.com.br