Independente do resultado das urnas no último dia 5, Sete Lagoas vê nascer um líder. Um homem técnico, que virou político, competente, capaz e com visão de futuro. A cidade tem novo prefeito e sepultou dois políticos. Acabou por criar a certeza de que essa liderança nascente, hoje desnuda de grupos políticos, vai se consolidar como condutora dos anseios e, principalmente, da insatisfação popular pela gestão do títere eleito.

Esse líder recém-nascido das urnas é Emílio de Vasconcelos Costa. Desde a apuração dos votos, tornou-se, inapelavelmente, o instrumento para transformações políticas e sociais. Se não ganhou o pleito, recai-lhe agora o peso de ser um político transparente e diferente. Pesa-lhe a responsabilidade de compreender e entender a silenciosa voz das ruas, muitas vezes temerosa. Tão bom fardo, por mais pesado que possa ser, merece ser bem carregado. Emílio amadureceu e ganhou as forças necessárias para suportá-lo e carregá-lo.

A vitória que não veio nas urnas por fatores diversas – falta de um grupo político coeso e forte (há que citar que a coligação de Emílio teve o PSB com 5,6% dos prefeitos brasileiros e o PR, 6,93%; juntos são a terceira força política do país), escassez de recursos financeiros e experiência em disputa eleitoral – sobeja pelo vigor da imagem que passa a imperar. O desconhecido Emílio agora já não o é mais. A falta do batismo das urnas inexiste. O cheiro de povo agora lhe impregna a alma. Cabe exclusivamente a Emílio administrar essa herança com o apoio de seu atual e pequeno grupo de apoiadores para que ela não se desfaça, porque, como ensinava Tristão de Athayde “... a utopia é, sem dúvida, o derradeiro reduto dos que ainda não desesperaram da liberdade”.